sexta-feira, 6 de junho de 2008

Tributo á memória do mestre Edward Leão

Comentário


Os poetas de todas as nações, raças, idade e crenças religiosas, vivem harmoniosamente em um mundo muito especial, cheio de magia e belezas mil - O MUNDO DOS SONHOS E DAS FANTASIAS. Cantam a Natureza, falam de alegrias e das tristezas, rejubilam com a felicidade, sofrem com as fatalidades.
Viajando por este mundo imaginário deparamos o poeta maior de Raul Soares - Edward Leão. Deixemo-nos invadir pelo seu estilo elegante, pela riqueza das imagens, pela linguagem pura e a profundidade de suas análises e conceitos, frutos da sua cultura invejável. A poesia de Edward Leão retrata gente, costumes, anseios, angústias, paixões, esperanças . . .
Um tema árido e incomum - FEIO -, motivou a criação de um soneto de estrofes bem concatenadas e estruturadas.

JGL

FEIO

Feio, hediondo - Quasímodo (1) ou Vulcano (2)
corpo mal feito, exóticas feições,
hei-lo a integrar o aglomerado humano,
embora incluído entre as aberrações . . .

Passa a vida a enganar-se e, nesse engano,
tem delírios de estranhas proporções :
Julga-se um mago, um semi – deus indiano
e se desdobra em transfigurações . . .

Vive exilado em meio à humanidade -
constrangido em complexos de humildade,
vai bebendo a amargura em alta dose.

Inveja a larva que há de ser falena :
- Bem mais feliz é aquela irmã pequena
Que espera a glória da metamorfose . . .


NOTAS

(1) Quasímodo - Indivíduo deformado; mostrengo. Personagem de Notre – Dame de Paris (O corcunda de Notre – Dame), de Victor Hugo. É o sineiro da catedral de Notre – Dame que, segundo uma concepção cara ao escritor, oculta, sob o aspecto grotesco de suas deformações físicas, a mais sublime delicadeza de sentimento.
(2) Vulcano, o deus do fogo e do metal dos Romanos, filho de Júpiter e de Juno, marido de Vênus. Quando nasceu, era tão feio que a mãe o precipitou do Olimpo (nome de várias montanhas da Grécia antiga); o infeliz caiu na ilha de Lemnos (ilha grega do Arquipélago, hoje Lemno) e ficou coxo. Estabeleceu debaixo do Etna (vulcão da Sicília) forjas, onde trabalhava com os Ciclopes (segundo a Fábula gigantes monstruosos, com um só olho no meio da testa. A história supõe que esse nome designa os primeiros habitantes da Sicília).

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