sexta-feira, 25 de julho de 2008

Tributo á memória do mestre Edward Leão

Comentário

As obras artísticas - poesias. . . pinturas. . . - representam o estado emocional do seu autor no momento da criação. Nem sempre, porém, de cunho individual. O “ POEMA NEGRO “ deixa transparecer amargura no fim de uma luta gloriosa e vitoriosa. Catástrofe de fim, pânico e desespero, muita cousa de Dante o divino Dante, e um pouquinho de Homero, como fala o poeta.

JGL

POEMA NEGRO

Os meus poemas têm ruídos de estertores
ritus e contorções, espasmos de agonia,
algo de sepulcral sobre a fisionomia
na estranha lividez dos últimos palores . . .

São câmaras de morte enfeitadas de flores,
vésperas de velório, esboços de elegia;
cantos de pôr – do - sol, nénias de fim do dia,
na cristalização total das grandes dores . . .

Catástrofes de fim, pânico e desespero
- muita cousa de Dante e um pouquinho de Homero,
últimos quadros da alma atormentada e exangue,

Mas, se em meus versos há ressaibos da cicuta
Que me dão a beber ao término da luta,
é que sinto o torpor da morte no meu sangue.

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