Comentário
Homo é o nome genérico da espécie humana e das espécies fósseis mais próximas. Três as espécies sucessivas: Homo habilis, Homo erectus e a atual, Homo Sapiens. O mestre glosou o Homo Sapiens num inspirado soneto que mostramos a seguir.
Metazoário, referido pelo poeta, é o animal, que, segundo teorias de Ernesto Haeckel, naturalista alemão, possui orgãos celulares diferenciais.
JGL
HOMO SAPIENS
Homem ! Vaidoso que és, simples metazoário
dotado de razão. Teu antropocentrismo
vive dentro de ti, como um microorganismo
cantando o teu poder imenso, extraordinário . . .
Microscópico deus, pigmeu no grande abismo
- Filho da poeira astral ou de um cosmozoário -
descendente, talvez de humílimo espongiário
ou flor da terra-mãe em santo paroxismo.
És grande, és forte, és sábio, és quase onipotente,
és uma multidão de vidas celulares
em perfeito equilíbrio e em função permanente.
És uma força em marcha, um poder intranqüilo
a querer desvendar os mundos estelares
em busca de outro irmão, na ânsia de destruí-lo.
-x-
Em “Velho Poeta” o Mestre está nostálgico e melancólico.
VELHO POETA
Alma de luz banhada intensamente,
boiando à flor das águas do destino,
o velho poeta é quase um inocente
na ingenuidade eterna de menino.
E novo Homero ancião, cego e divino,
tange as cordas da lira e a toda gente
leva o clamor de um canto peregrino
- velha cigarra sempre adolescente -
na sucessão de albores e negrumes,
de sombras e auroras boreais,
seu coração é um frasco de perfumes,
sempre aberto a espalhar na imensidade
os aromas eternos, imortais,
- velho incensório azul da Humanidade -
Um comentário:
Parabéns pela iniciativa. Talvez interesse saber que o prof Edward Leão colaborava com os jornais de Ponte Nova, tendo sido encontrados textos seus em "O Mercantil" de 1924.
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